sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Portugal na final do Mundial de Sub-20 18.08.2011

Portugal na final do Mundial de Sub-20 18.08.2011

Portugal está na final do Mundial de Sub-20. O seleccionador apelidou a selecção de 'Geração de Coragem'. Coragem é uma palavra à qual nos podemos facilmente associar, mais do que 'Ouro' certamente.
Coragem significa "Firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos. Constância, perseverança (com que se prossegue no que é difícil de conseguir)."
Coragem signifca olhar o medo de frente, deixá-lo passar por entre nós e sentir não mais do que um arrepio que nos sopra destemidos para a frente.
Jogar à bola requer coragem, porque o medo de perder não pode ser maior do que a vontade de ganhar. Escrever requer coragem, porque signifca que os nossos pensamentos ganham um estatudo de realidade. As letras dão as mãos e viram palavras e, de repente, o que pensamos deixa de nos pertencer. Às vezes não sei se quero reler o que escrevo. Mas, desta vez sim. Desta vez quero ler e reler que o meu Portugal está na final do Mundial de sub-20.
Estamos lá contra o Brasil. 10 milhões contra 190 milhões. Na realidade serão “apenas” 11 contra 11. Todos a falar Português. Desta vez, não dá para enganar os adversários falando outra língua, como eu tantas vezes faço. Será Camões v Camões.
Derrotámos a Argentina, vencedora seis vezes desta competição. Derrotámos a Franca que tem sido o nosso fantasma em competições internacionais.
Derrotámos o medo. Os franceses acusaram-nos de jogar defensivamente. Nós respondemos com dois golos. E nenhum sofrido no Mundial.
Brevemente começará o debate sobre o porquê de os jovens jogadores portugueses não terem oportunidades nas grandes equipas portuguesas. O porquê de se apostar em jovens jogadores estrangeiros. Independentemente da carreira que cada um destes jogadores venha a ter no futuro, esta experiência no Mundial já ninguém lhes pode tirar. Poderão ser esquecidos em clubes da segunda divisão, poderão tornar-se heróis de equipas da primeira dvisão, mas os sentimentos, as emoções, os arrepios, a explosão de cores deste Mundial com certeza eles nunca se esquecerão.
O futebol não é diferente da vida, às vezes achamos que os acontecimentos têm que ter uma sequência lógica, mas a verdade é que tal nem sempre assim acontece. O que acontece nos entretantos é o que importa. As emoções que as pessoas nos fizeram sentir, os sorrisos eufóricos após um golo, tudo isso fica.
Eu não me esqueco do que senti quando o Rui Costa marcou aquele golo contra a Inglaterra em 2004, independentemente do que aconteceu na final. Também não esqueço a sua cara depois do golo.
Um sentimento negativo nunca nos fará esquecer um sentimento positivo, mas o contrário já acredito ser possível.
Até agora, Portugal enquanto país e não apenas enquanto equipa de futebol, só tem vivido sentimentos positivos neste Mundial.
Eu com certeza não esquecerei esses sentimentos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Uma explicação 18.08.2011

Tenho cá dentro
uma explicação
ou será uma sensação?
Porque vais assim
e sem rompantes voltas
e de cada vez parece
um instinto?
Um ímpeto
sem abalo
sem agitação,
uma palavra
que não sei escrever
apenas sentir.

sábado, 6 de agosto de 2011

O golo do Pablo Aimar 06.08.2011

O golo do Pablo Aimar. O golo do Pablo Aimar. O golo do Pablo Aimar foi assim como o início deste texto. Foi uma antecipação, um suspense, um crescendo com direito a câmara lenta em tempo real.
Tudo começou ainda antes de o Pablito tocar na bola. Num jogo de futebol, como na vida, a nossa cabeça levanta-se e os nossos olhos procuram quem nos dará a mão, quem nos dará força e coragem para brilharmos. Foi o que fez o Nico Gaitán. Parou e de pé esquerdo procurou o Aimar. Este respondeu sem palavras e disse que ainda não era a altura certa e, aparentando indiferença deixou a bola rolar para o Nolito. Este fez o que todos nós teriamos feito e devolveu a bola ao Aimar. Agora sim era a altura certa. Pablo Aimar marcou posição, rodou sem dar um passo criando uma ilusão de golo. Quando já eu me levantava da cadeira vivendo o acelerar de coração pré golo, Pablito ajusta a bola com o peito do pé, escolhe para onde quer rematar, quando quer rematar e... golo!
Juro que me pareceu ter sido em câmara lenta o golo, todo o movimento foi tão preciso e natural que parece que o tempo parou. A calma com que o Aimar deixou correr a bola para o Nolito e passados dois segundos a recebeu de volta, a calma com que fez um paso doble ao defesa, se enquadrou que nem tela em moldura, a calma com que deu um toque e só depois rematou é qualquer coisa de outro mundo.
Um jogador que joga com esta confiança tem um efeito devastador nos adversários, mas um efeito sublime nos companheiros de equipa.
O Pablito é generoso, porque partilha esta confiança, mostra como se faz e faz-nos acreditar que também nós seriamos capazes de fazer o mesmo. Será?

Perdição 23.07.2011

Não sei se é uma perdição
esta vontade de perder
de deixar tudo
que nem folha de papel
e fantasia.
Que nem uma procura forte
inacessível,
um sentimento persegue-me
desde segunda-feira e
hoje já é sábado.
Coração cheio de areia
Protector.
Como é por dentro esse coração?
Desligou comunicação
e agora estam aqui presas
estas palvras que não saem
da boca
nem deixam este coração.
Respirar.